terça-feira, fevereiro 05, 2013

Chamamento



Na história da Igreja mais recente conhecemos a vida e o chamamento de muitos cristãos e a sua missão e serviço na comunidade cristã. Como descobriram eles esse chamamento?
Quase sempre a partir de uma dupla experiência ou, talvez melhor, através de uma experiência com dois sentidos, com duas faces:- o encontro com Deus e o encontro com os mais pobres ou com as necessidades da Igreja e dos homens. São cristãos que não passaram ao lado das angústias e aflições dos outros, mas se tornaram "bons samaritanos", instrumentos e sinais do Amor e da misericórdia de Deus. Hoje, como no tempo de Moisés, Deus continua a escutar os gritos de aflição e sofrimento do Seu Povo, de todos os homens; continua a chamar os cristãos, pessoalmente ou através de grupos, associações, ordens religiosas; e continua a enviá-los. Poderia citar muitos testemunhos: S. Vicente de Paulo e os pobres do seu tempo; S João de Deus e os pobres e doentes; S. João Bosco e os jovens abandonados; Madre Teresa e os moribundos de Calcutá; missionários e missionárias com a sua ânsia e inquietude pelo anúncio da Boa Nova a tanta gente e tantos povos a quem ela ainda não chegou; cristãos das nossas paróquias face às necessidades urgentes e gritantes das pessoas, que levam ao empenhamento em gestos e acções de solidariedade, procurando melhores condições de vida para todos. E poderia continuar a evocar muitos outos testemunhos...

Mas... e nós, catequistas? Porque somos catequistas? Como fomos chamados para esta missão? Como nos sentimos interpelados?

Fomos nós que nos julgámos os melhores catequistas do mundo? Fomos nós que nos auto-propusemos? Foi por dinheiro, glória, honras ou prestigio? Certamente que não! Soubemos pelo nosso Pároco ou por outra pessoa da comunidade que faltavam pessoas para serem catequistas, que havia ainda crianças que não tinham quem lhes anunciasse a Palavra de Deus. Ou fomos chamados directamente pelo Pároco que veio ter connosco. Aí está: uma necessidade da comunidade que nos sensibiliza e inquieta, que nos "toca" e á qual não somos capazes de ficar indiferentes; por isso respondemos positivamente. Uma necessidade que cria, que gera a vocação e o CHAMAMENTO!

sexta-feira, janeiro 18, 2013

Para O Céu


Jesus tem sempre um imenso respeito e amor pelas pessoas. É um respeito divino pela pessoa inteira. E por todas as pessoas: ninguém fica de fora deste imenso respeito que Jesus mostra por nós. É admirável!
Mas também é admirável ver como Jesus não mostra nunca qualquer respeito humano. Por ninguém.
O respeito humano deforma a nossa personalidade. Afasta-nos da nossa verdade interior. Impede-nos de realizar a vontade de Deus. O respeito humano consiste em aceitar que a opinião dos outros, o que eles podem pensar de nós, deve guiar as nossas acções e os nossos desejos. Com receio das opiniões alheias esquecemos a verdade e a opinião de Deus. Respeito humano é obedecer à opinião da gente. É preocupar- se com as expectativas das pessoas deixando de lado o juízo e as expectativas de Deus.

Amar e socorrer os outros nas suas necessidades é uma coisa. Organizar a vida para obedecer às suas expectativas é fruto da mentira e do mal... Jesus ama-nos sempre. Com total respeito por quem somos e dando-nos sempre toda a liberdade. Mas Ele nunca fez um gesto, nunca disse uma palavra, para contentar as nossas expectativas. Jesus não tem qualquer desejo de agradar às expectativas humanas. Nem tem medo de desiludir seja quem for.

Jesus não pactua com o "politicamente correcto" do seu tempo. Não dá qualquer importância aos esquemas e expectativas das pessoas que encontra. Lendo o Evangelho nunca encontramos uma opinião ou um gesto em que Ele ceda aos seus valores para agradar aos esquemas humanos.
Quando lhe pediam a opinião sobre algum assunto, Jesus sempre respondia com a Bíblia, com a Luz da verdade. E nunca descafeinava a Palavra de Deus para agradar fosse a quem fosse.
Desde o seu nascimento nunca perdeu tempo a adaptar o seu estilo de relação com os outros quando isso implicava ceder aos seus princípios.

Jesus, Filho de Deus, nasceu pobre e frágil, contra tudo o que os nossos esquemas humanos podiam esperar. Desmontou, um passo após outro, todas as expectativas humanas de poder e de prestígio. Por mais que uma vez desiludiu as expectativas dos seus familiares. Escandalizou e desapontou os seus discípulos. Opôs-se constantemente aos dirigentes políticos e religiosos do povo. A sua morte na cruz foi uma profunda desilusão, um grande balde de água fria, para os discípulos. E a ressurreição não estava nos planos de ninguém. Jesus ama-nos como ninguém. Deseja ardentemente o nosso verdadeiro bem. Mas nunca está à procura de nos contentar. Quer apenas fazer a vontade do Pai. É realizando a vontade do Pai que Jesus realiza o nosso verdadeiro bem. Mesmo que isso vá contra as nossas expectativas. Jesus não está interessado nos nossos aplausos. nem em pactuar com os nossos preconceitos. Nem em seduzir-nos para que melhore a nossa opinião sobre Ele. Não perde tempo em agradar aos homens. Basta-Lhe agradar a Deus! Ao agradar a Deus, Seu Pai, Jesus sabe que está a realizar o verdadeiro bem para todos e cada um de nós.

A Ascensão de Jesus ao Céu coroa e ilumina de modo definitivo esta sua postura de extrema verdade e liberdade. Teria dado uma grande alegria aos seus discípulos ficando visivelmente na terra... naquele momento era esse o desejo mais forte dos discípulos. Mas, com Jesus, não há nada a fazer...
Entre os nossos desejos e os desejos do Pai, Ele não hesita. Jesus volta para o Pai e recebe d´Ele o poder e a autoridade sobre todas as coisas.
E a seguir lança-nos um vonvite. A partirmos. A levar o Evangelho a toda a terra, a toda a humanidade, a toda a criação. Ele prometeu que estará sempre connosco. Em cada dia, em cada minuto. Em cada perigo. Em cada alegria e dor. Até ao fim do mundo. Sempre presente. Nunca em função dos nossos esquemas... mas sempre PRESENTE. Felizmente.

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Vídeo: Soube Que Me Amavas


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Abraço fraterno!
Arménio Rodrigues

terça-feira, janeiro 01, 2013

Vamos fazer a paz


Vamos fazer a paz

 Por entre fogo, luz, cor, alegria, ruído, felicidade e esperança nascera um novo ano para a humanidade.
Era tempo de dar contas à vida e escolher os propósitos para o novo ciclo que se iniciava.
Bom Ano!... Muita saúde!... Sorte!... Paz!... - desejavam as pessoas umas às outras, naqueles primeiros dias frios e chuvosos do ano menino.
Em torno do presépio da escola, ainda armado, alguns alunos falavam do que os preocupava.
- Afinal, não foste só tu, Jesus, que passaste o Natal numa gruta! - dizia o Celso.
- Tantos meninos e meninas passaram-no ao relento, à fome, sem pai nem mãe e nem tiveram um presente para brincar! - lembrou a Ana Luísa, tendo ainda nos olhos as imagens tristes que a televisão apresentara naqueles dias.
- É pena que isto aconteça! - lamentou o José Miguel.
- Jesus nasceu para que houvesse Paz e...
- A guerra continua, Eduardo! - interromperam-no os colegas.
- E cada vez mais violenta, mais cruel! - reconheceu o João Vítor, condoído.
- Que podemos fazer para acabar com a guerra? - perguntou o Marcos André.
- Olha!... Não brigando no recreio! Não chamando nomes feios! Não mentindo! - aconselhou a Joana Lúcia.
- Ninguém tem toda a razão, nem ninguém é culpado de tudo! - disse o João Miguel.
- E gastam-se milhões em armamento, enquanto outros nossos irmãos morrem à fome! - interveio o Pedro.
- Bem! Tudo isso é muito triste e é verdade. Mas... prosseguiu a Marli, pensativa.
- Mas... não vamos ficar aqui a lamentar-nos, a dizermos palavras bonitas, mais nada? - perguntou o Marcelo.
- Não! - responderam os colegas em uníssono.
- Precisamos de agir! Temos de fazer alguma coisa. - alertou o Angel.
- Olhem esta gravura que encontrei num livro de estudo! - pediu o Marco José, mostrando-a.
- Que linda! Os meninos de todas as raças e cores, de mãos dadas como amigos, em torno do mundo, com a pomba da paz por cima - explicou a Joana Filipa.
- Será este o nosso cartaz para a paz, este ano e nos próximos! - afirmaram alguns alunos.
- Vamos fotocopiá-lo e colá-lo em toda a parte! - sugeriu a Marta Tatiana.
- Oferecê-lo aos amigos, aos familiares, aos vizinhos e meter debaixo das portas, naqueles lares onde reina a discórdia! - prosseguiu o Vítor Bruno.
- E abrir o nosso coração a todos! - acrescentou a Mariana.
- Vou mandá-lo para os meus primos na Venezuela! - prometeu a Ana Maria.
- Boa ideia!... Vamos fazer o mesmo - disseram a Márcia e o João, com parentes na Austrália e na África do Sul.
- E digam-lhes o que pensamos fazer, para lá também fazerem alguma coisa! - pediu o José Miguel.
- É preciso que Jesus reine nos nossos corações e a paz volte ao mundo! - decretou solenemente o João Miguel.
- Estou satisfeito com as vossas iniciativas pela paz - disse o professor, passando pelo corredor, onde a conversa corria animada. - Vejo que já não sois crianças e vos preocupais com o bem da humanidade.
- É para isso que aprendemos! - responderam a Tânia e a Carolina.
- Menino Jesus, ajuda-nos para sermos obreiros da paz! - implorou o Paulo, olhando para a figura risonha nas palhinhas da manjedoura.
- Ajuda-nos! - suplicaram, em coro, todos os alunos.
E desejosos de dar o seu contributo para a paz, os pequenos correram a realizar o seu propósito:
. Fotocopiar a gravura;
. Distribuí-la;
. Ser mais amigos uns dos outros.
Vamos, amigo!
Dá também a tua ajudinha para que haja paz no meio dos homens e todos se amem como irmãos.

BOM ANO e MUITA PAZ