sábado, janeiro 11, 2014

O Batismo: a Porta da Vida Cristã



É pelo Espírito Santo que Deus actua nos sacramentos. Nós apenas costumamos fixar-nos na parte visivel, mas essa não é a principal...
Como adultos, procuramos reviver o grande acontecimento do nosso Batismo? Tomamos consciência que, a um dado momento assumimos livre e responsavelmente a realidade do nosso Batismo que os nossos pais e padrinhos prometeram em nosso nome? Sentimo-nos comprometidos com as promessas feitas? Sentimo-nos Batizados e habitados pelo Espírito?

Nasceu uma criança, os cristãos recordam-se logo que é preciso batizar o bebé. É que o batismo é a porta da Vida Cristã: nele somos purificados do pecado original e, sobretudo, somos cristificados; passámos a ter a forma de Cristo: tornamo-nos cristãos, filhos de Deus, membros da Igreja.
Mas celebrar o baptismo por causa de uma suposta necessidade ou obrigação não é a melhor motivação. É importante que ele seja acompanhado duma vontade séria de que a criança entre na vida de Deus e a vida de Deus entre nela. Batizar por costume (assim o fizeram muitos pais) por conveniência (assim arranjamos uns bons padrinhos) ou por pressão social (parece mal não batizar: que dirão os outros?) nunca pode ser uma razão válida e até é uma grave ofensa a este Banho Santo.
O que nos motiva é permitir que o batizando partilhe a riqueza da fé e da graça (= vida com Deus). Pelo Batismo entramos na família universal dos cristãos: por isso é que em muitas Igrejas a pia batismal está junto à porta principal, para significar que por este sacramento entramos na Igreja pela Porta Grande!

Mergulhar em Deus
Os ritos do Baptismo são bonitos, cheios de cor e de vida.
No diálogo com os pais e padrinhos, após ter perguntado o nome e o que pedem à Igreja (porque será que alguns respondem «o Batismo» tão timidamente?). O celebrante pergunta-lhes se estão conscientes do compromisso da educação na fé. Depois estes cinco cristãos marcam a criança com o sinal da fé: fazem-lhe uma cruz na fronte...


Após a Proclamação da Palavra de Deus, pedimos a Deus a Graça para aquela criança e invocamos os Santos: É que o Batismo não pertence a ninguém mas só à Igreja. Ninguém pode exigir só por si o Batismo assim como ninguém o pode negar só por si!


Numa oração chamada exorcismo (que não é para expulsar nenhum demónio!), o celebrante pede a Deus que apague a mancha original e, depois, unge-a com o óleo dos catecúmenos: a partir daí, é um caminhante para Cristo. Depois da bênção da água, os pais e padrinhos, em nome da criança e como cristãos adultos, renunciam ao Mal e professam a fé: cada um responde «creio», individualmente, jogando aí a sua palavra e a sua fé. Após este testemunho público, com uma pergunta derradeira pela vontade do Batismo, o celebrante infunde a água benta por três vezes na cabeça da criança: em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.


Para terminar, unge-a com o Crisma, o óleo santo que consagra, coloca-lhe a veste branca,entrega a Vela que simboliza a Luz de Cristo aos que a apresentam e reza uma bonita oração (Efatá) para pedir que prontamente possa ouvir a Palavra e proclamar a Fé. Tudo termina com o Pai Nosso e a bênção solene.
A água do Batismo é derramada sobre a cabeça apenas por motivos práticos. Seria muito desagradável imergir uma criança completamente na água, por três vezes. Contudo a palavra batismo significa mesmo mergulho. Se tal não acontece fisicamente, acontece espiritualmente e a criança é toda ela mergulhada em Deus e sai a pingar Espírito Santo.

Crianças ou Adultos em Cristo
Alguns criticam o batismo de crianças. Dizem que não porque a criança não sabe, não percebe, não quer e consideram que até é uma violência contra a sua vontade. Porém, aquilo que nos anima (=Nos dá vida) é fazer partilhar a filiação divina àquela criança. Todos somos criaturas de Deus mas somos filhos pelo Batismo! è uma grande diferença. Além disso o argumento da adultez está viciado:
- Nunca nenhum pai esperou pela adultez do filho para lhe deixar escolher o pediatra...estando convencido do bem que lhe faz, não espera que ele possa responder...


- Na vida da fé, a adultez humana (fisica ou mental) não sinónimo de adultez espiritual: uma criança pode até receber melhor o batismo que um adulto porque, com os anos, criamos obstáculos conscientes e inconscientes para Deus.


- Além disso, cristãmente, nunca seremos "adultos", O Espírito Santo não age apenas quando nós sabemos, percebemos, queremos...


São Paulo diz que Cristo age nos cristãos, como quer, para o nosso aperfeiçoamento, «até atingirmos o estado de homem perfeito, a estatura da maturidade de Cristo» (Ef 4, 11-13).
Ser batizado é começar uma aventura maravilhosa, uma experiência única que nunca mais terá fim, é um dom, uma graça, mas também uma responsabilidade enorme, é poder viver a vida de Deus



Vídeo O Batismo 



Um Abraço!

Arménio Rodrigues