sexta-feira, fevereiro 16, 2018

Quaresma






Quarta-feira de cinzas é o primeiro dia, de uma quarentena, que nos conduzirá à Páscoa do Senhor. Estes 40 dias colhem inspiração nos 40 anos do êxodo do Povo de Deus, que saiu do Egito, rumo à terra prometida. Tratou-se de um longo caminho “no deserto”, de uma saída longa e difícil, que desafiou a fé e a esperança do povo. Neste tempo de graça, o Povo de Deus aprendeu a beber do rochedo do qual brotava a água viva, aprendeu a alimentar-se do pão que vem do céu e a pôr a sua esperança no Senhor. Também nós somos desafiados a vir à fonte, a regressar às fontes da verdadeira vida, cuja nascente encontramos na fonte batismal, para “renovar o nosso encontro pessoal com Cristo” (EG 3) e ir ao encontro dos desertos deste mundo, levando a água viva, que jorra do coração de Cristo. “Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: 

 VIR À FONTE! “VOLTAI PARA MIM, DE TODO O CORAÇÃO” (JL 2,12)

Este é o primeiro desafio, na Palavra que o Senhor, nos diz hoje: “voltai para Mim, convertei-vos a Mim, de todo o coração” (Jl 2,12)! Somos desafiados a vir até junto do Senhor, a regressar a Deus, a voltar ao coração de Cristo, donde brotam o sangue e a água (Jo 19,34), o batismo e a eucaristia, a cura e a salvação, as verdadeiras fontes da vida. Ao longo desta Quarema, voltemos às sete fontes ou, se quisermos, à fonte das sete bicas. “É Deus quem exorta por nosso intermédio” (II Cor 5,20):

1. Vinde à fonte do Batismo, verdadeira nascente da vida cristã! A Quaresma deve ser um tempo de preparação, de redescoberta e de renovação do batismo e das promessas batismais.

2. Vinde à fonte da Eucaristia, que alimenta e sacia. A Eucaristia é, na verdade, a “fonte e o cume de toda a vida cristã” (LG 11). 

3. Vinde à fonte da Palavra de Deus! Ela é “como a chuva que irriga a terra, a fecunda e a faz germinar” (cf. Is.55,10-11). 

4. Abri a fonte da Esmola, que apaga a chama do pecado! “Alegremo-nos por ela como se fosse uma fonte que nos é oferecida e na qual podemos extinguir o incêndio»” (E.G. 193). Na sua mensagem, o Papa diz-nos que “a Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar, a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói. Desconfio da esmola que não custa nem dói”. Pensemos numa forma concreta de partilha com algum tipo de pobreza. 

5. Vinde à fonte da Reconciliação, que nos lava do pecado. “A Confissão é como um duche depois de uma árdua caminhada”

6. Vinde à fonte de água viva, que jorra do alto da Cruz, do lado aberto do crucificado (Jo 19,34) 

7. Mas, em tudo isto, não percamos de vista o essencial: o encontro com a fonte da vida e da esperança, que é Cristo ressuscitado. Não sejamos cristãos que parecem ter escolhido “viver uma quaresma sem Páscoa”.

SANTA QUARESMA!