Quarta-feira de cinzas é o
primeiro dia, de uma quarentena, que nos conduzirá à Páscoa do Senhor. Estes 40
dias colhem inspiração nos 40 anos do êxodo do Povo de Deus, que saiu do Egito,
rumo à terra prometida. Tratou-se de um longo caminho “no deserto”, de uma
saída longa e difícil, que desafiou a fé e a esperança do povo. Neste tempo de
graça, o Povo de Deus aprendeu a beber do rochedo do qual brotava a água viva,
aprendeu a alimentar-se do pão que vem do céu e a pôr a sua esperança no
Senhor. Também nós somos desafiados a vir à fonte, a regressar às fontes da
verdadeira vida, cuja nascente encontramos na fonte batismal, para “renovar o
nosso encontro pessoal com Cristo” (EG 3) e ir ao encontro dos desertos deste
mundo, levando a água viva, que jorra do coração de Cristo. “Este é o momento
para dizer a Jesus Cristo:
VIR À FONTE! “VOLTAI
PARA MIM, DE TODO O CORAÇÃO” (JL 2,12)
Este é o primeiro desafio, na
Palavra que o Senhor, nos diz hoje: “voltai para Mim, convertei-vos a Mim, de
todo o coração” (Jl 2,12)! Somos desafiados a vir até junto do Senhor, a
regressar a Deus, a voltar ao coração de Cristo, donde brotam o sangue e a água
(Jo 19,34), o batismo e a eucaristia, a cura e a salvação, as verdadeiras
fontes da vida. Ao longo desta Quarema, voltemos às sete fontes ou, se
quisermos, à fonte das sete bicas. “É Deus quem exorta por nosso intermédio”
(II Cor 5,20):
1. Vinde à fonte do Batismo,
verdadeira nascente da vida cristã! A Quaresma deve ser um tempo de preparação,
de redescoberta e de renovação do batismo e das promessas batismais.
2. Vinde à fonte da Eucaristia,
que alimenta e sacia. A Eucaristia é, na verdade, a “fonte e o cume de toda a
vida cristã” (LG 11).
3. Vinde à fonte da Palavra de
Deus! Ela é “como a chuva que irriga a terra, a fecunda e a faz germinar” (cf.
Is.55,10-11).
4. Abri a fonte da Esmola, que
apaga a chama do pecado! “Alegremo-nos por ela como se fosse uma fonte que nos
é oferecida e na qual podemos extinguir o incêndio»” (E.G. 193). Na sua
mensagem, o Papa diz-nos que “a Quaresma é um tempo propício para o
despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar,
a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a
verdadeira pobreza dói. Desconfio da esmola que não custa nem dói”. Pensemos
numa forma concreta de partilha com algum tipo de pobreza.
5. Vinde à fonte da
Reconciliação, que nos lava do pecado. “A Confissão é como um duche depois de
uma árdua caminhada”
6. Vinde à fonte de água viva,
que jorra do alto da Cruz, do lado aberto do crucificado (Jo 19,34)
7. Mas, em tudo isto, não
percamos de vista o essencial: o encontro com a fonte da vida e da esperança,
que é Cristo ressuscitado. Não sejamos cristãos que parecem ter escolhido
“viver uma quaresma sem Páscoa”.
SANTA QUARESMA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário