domingo, março 28, 2010

Semana Santa


Na véspera de morrer, Jesus, que tendo amado os seus, amou-os até ao fim, deixou à Sua Igreja dois sinais do Seu amor – O Seu testamento… Primeiro: Amai-vos como Eu vos amei… Com um amor tecido de humildade e de serviço (exemplificado nessa noite ao lavar os pés aos discípulos). Segundo: Fazei isto em memória de mim. Dando aos seus discípulos o pão como Seu Corpo e o vinho como Seu Sangue, quis perpetuar a sua presença e comunhão de modo sensível. Os dois testamentos são inseparáveis, estão indissoluvelmente unidos.
Na sua missão, Jesus entrou em choque com a atmosfera de egoísmo e opressão que dominava o povo. As autoridades não estavam dispostas a renunciar aos mecanismos que lhes asseguravam poder, influência, e privilégios; não estavam dispostas a desinstalar-se e a aceitar Jesus como o Filho de Deus (Mc 1,1; 15,39). Tantas vezes de costas voltadas, os príncipes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas estão, finalmente, de acordo: não querem perder a oportunidade para acabar com Jesus. Os inimigos juntam-se na mesma condenação. A partir daqui, Jesus torna-se um “objecto”, com as mãos atadas, mas que vai passando de mão em mão: os que O prenderam levam-n’O ao sinédrio, estes entregam Jesus a Pilatos, este aos soldados e, por fim, os soldados levam-n’O à cruz! O seu corpo, entregue por nós, passa de uns para outros, de maneira que todas as mãos dos pecadores recebam o dom. Preocupa-me, Senhor, que no nosso mundo não haja lugar para Ti, para o Teu projecto de amor, para os Teus gestos que provocam inveja, para as Tuas palavras que desinstalam e incomodam, porque são verdadeiras. Mas o que mais me preocupa é que tantas vezes, também no meu coração, não há lugar para Ti! Estás consciente das consequências e do sofrimento e da Tua entrega. O Teu caminho de cruz já começou. E esse caminho é comprido. O caminho é sempre interminável quando o sofrimento é muito. Mas nesta humilhação, nesta fraqueza, manifesta-se a fortaleza do Teu amor, sem limites, até às últimas consequências. Como é bom ter um Deus assim, capaz de se entregar por amor, mesmo sem eu merecer! Obrigado, Senhor!
Vídeo- Semana Santa


Vídeo - Semana Santa



Paixão do Senhor


Senhor Jesus Cristo, por nós aceitaste a sorte do grão de trigo que cai na terra e morre para produzir muito fruto. Convidas-nos a seguir-te neste caminho quando dizes: “Quem se ama a si mesmo perde-se; quem se despreza a si mesmo neste mundo, assegura para si a vida eterna”.
Nós porém, estamos agarrados à nossa vida. Não queremos abandoná-la, mas mantê-la toda para nós mesmos.
Mas tu vais à nossa frente e mostras-nos que só podemos salvar a nossa vida, se a dermos. Mediante o nosso gesto de te acompanharmos na Via-Sacra queres conduzir-nos pelo caminho da caridade, da entrega e do amor.
A cruz – a oferta de nós próprios – pesa-nos muito… mas no Teu caminho da cruz também levaste a minha cruz. Leva-la hoje, comigo e por mim.
Ajuda-me para que a minha cruz não seja apenas o sentimento devoto de um momento. Livra-nos do medo da cruz. Ajuda-nos a não nos apoderarmos da vida, mas a dá-la.
Ajuda-nos a encontrar na «perda da nossa vida» o caminho do amor, o caminho que verdadeiramente nos dá vida, vida em abundância.





Vídeo - Via-Sacra Do Senhor










Santa Semana Santa

Abraço fraterno.


Arménio Rodrigues

domingo, março 21, 2010

V SEMANA DA QUARESMA


O tempo da Quaresma que estamos a viver é também para nós a oportunidade de purificarmos o nosso interior, numa “violência” positiva que arrede de nós tudo o que não nos deixa aproximar do templo de Jesus, na vida da sua Palavra, dos seus gestos de amor, da sua gratuidade, que transforma o nosso jejum em purificação, a partilha em ágape de amor, a nossa vida em autêntica sequela Christi (seguimento de Jesus). Num passo importante: deixarmos o que é aparente para chegarmos ao que é evidência do amor de Deus em nós. Lembrando-nos do que Jesus significa para nós.

Tenho ainda que vencer, Senhor, muitos obstáculos que me afastam de ti. Deixar para trás mil perguntas e mil incertezas na procura dos teus sinais, para me mergulhar na consistência do teu amor que se faz entrega na tua paixão e ressurreição. Para ser mais fiável. Para ter a tua confiança e o teu acreditar. Para ser tua pertença hoje e sempre, na Páscoa da eternidade que nos ofereces ser.


Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. (Jo 8, 1-11)
Acreditar. Viver. Sentir. Pertencer-te. Viver-te. Sentir-te. Redescobrir. Ressuscitar. Caminhar. Testemunhar. Verbos de acções que querem ser manifestação da tua profundidade. Rezo em mim a tua paixão e morte, para preparar com sentido de esperança e eternidade a tua ressurreição. Fazendo minha a tua Palavra. Tornando verbo a tua mensagem. Acreditando, vivendo, sentindo, pertencendo-te, vivendo-te, sentindo-te, redescobrindo-te, ressuscitando para esse caminhar que me faz tua testemunha. Tua Palavra.
Esta mulher errou, pecou, mas quem a pode julgar? Naquele lugar, assim como em tantos do nosso mundo, impõe-se a lei e não a presença de Deus, uma acusação e não a procura de um pensamento de Deus, o mal feito e não a vida que ainda se pode salvar, o desejo de condenar e não o desejo de se fazer comunhão.
Quando queremos demasiado condenar e nos dirigimos a Deus exigindo, agimos como aqueles fariseus e escribas cujo objectivo era pôr em cheque a salvação de Deus. A falta de sinceridade no coração leva à condenação final. A relação com Deus é uma questão de amor, é mais resposta de amor a um amor que nos precede, que gera vida por dentro, que procura comunhão. O pecado é recusar o Amor para encontrar segurança noutros amantes. E infelizmente isto é de todos: para a mulher adúltera, para as autoridades judaicas e para nós.

Jesus inclinou-se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, ergue-se e dissse-lhes: “Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra.” Inclinou-se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio . (Jo 8, 1-11)

Como é diferente o olhar de Deus para connosco. De facto até poderíamos cair na tentação de querer saber o que Jesus escreveu no chão, mas não é isso o mais importante. Ele, a Palavra, não fala se não se entra em comunicação com o seu autor. A Lei foi dada para a vida e não para a condenação. Ela denuncia e condena o pecado mas nunca o pecador. E Jesus deseja e quer olhar para o coração e agir a partir do Seu coração. Inclinando-se, rejeita o papel de juiz e incarna o papel e missão de Deus misericordioso, capaz de se inclinar sob a pobreza humana.


No anonimato desta mulher estão simbolizadas todas as nossas enfermidades morais, as nossas traições a Deus, as nossas fugas para bem longe d’Ele, as nossas posições contra Ele. Somos pecadores, mas também sabemos que onde quer que estejamos Ele nos espera. No nosso encontro com Ele, a nossa culpa é perdoada e a sua misericórdia dá-nos energia para continuar o caminho, em novidade de vidaJesus ergueu-se e disse-lhe: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor.” Disse então Jesus: “ Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.” (Jo 8, 1-11)
A nossa miséria só é transformada e renovada no amor porque, nos curamos no encontro com Jesus, não como juiz, mas como Salvador e assim iniciamos uma nova vida: “ Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.”

Eu sou como esta mulher, Senhor. Chego até Ti depois de percorrer muitos caminhos perdidos. E em Ti encontro o apelo à verdade. Tu não ofereces desculpas fáceis e infantis. Apelas à responsabilidade e a um amor grande. Ofereces o perdão que cura. Que permite começar de novo. Que me faz avançar em estradas de santidade.


Vídeo V Semana da Quaresma








SANTA QUARESMA

Abraço fraterno!
Arménio Rodrigues

domingo, março 14, 2010

IV SEMANA DA QUARESMA




O tempo da Quaresma é um tempo que nos é oferecido para converter. Se Jesus chama-nos é bem para que nós vivamos cheios. O pecado afasta-nos de Deus e entranha-nos na morte. Voltar-nos para Deus dá-nos vida.
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna
Deus é amor! E a maior prova do seu amor é o ter partilhado connosco a sua vida para que possamos partilhar da sua vida em plenitude. A eternidade do tempo faz-se eternidade da nossa própria história, habitando no território da fé autêntica em Jesus, nosso Salvador. Para que tenhamos (cada um de nós que acreditamos) a eternidade. O sem fim.
Este é o grande tesouro que ninguém nos pode roubar. Deus está connosco, Deus está do nosso lado. Ama-nos, Ele é um Deus loucamente apaixonado pelos homens. Porque Pai. Porque Deus. Nele está o segredo da nossa vida, da vida em plenitude. Acreditar! Transformá-lo no centro da nossa vida, dos nossos projectos, do nosso dia-a-dia. Esse é o desafio a abraçar.
Jesus conta-nos uma parábola, uma parábola que nos fala de Deus: Deus Pai, Deus Amor, Deus Perdão, Deus Misericórdia. Aquele que sistematicamente procura os filhos perdidos para os redimir e salvar. Aquele que espera sempre o regresso. Aquele que de braços abertos acolhe, com o perdão do seu amor, as nossas misérias e pecados, as nossas distâncias e infidelidades, o nosso interior pobre e mendigo de compaixão. Mesmo que não nos identifiquemos com o filho pródigo, também o filho que fica em casa precisa deste abraço de misericórdia e compreensão… mas, sinceramente, pródigos, em maior ou menor medida, todos somos… e nenhum de nós quer faltar ao banquete da sua festa de eternidade!
Mais uma vez Deus está à nossa espera. Repete-se hoje a parábola do filho pródigo. O filho fugiu, desumanizou-se, reduzido a farrapos, excluído. Em casa o pai à sua espera, pacientemente e cheio de esperança de que o seu filho voltaria. Seriam as saudades, o amor, o afecto e o carinho do pai? Tudo na cabeça do jovem… e voltou. E o pai o recebeu, o beijou, o abraçou e o reconduziu à casa que ainda era dele. E foi a festa!

EU? Estou disposto a voltar a CASA do Pai?

Ensina-nos Senhor a amar. Ensina-nos Senhor a perdoar. Ensina-nos Senhor! Pois tu és o mestre, tu a salvação, tu a vida. Ajuda-nos Senhor a descobrir sempre mais que tu és a a vida plena, o verdadeiro sentido do nosso viver, tu és o salvador.

Continuemos a nossa caminhada até ao Pai… De mãos dadas continuamos a SUBIR...
Ser mais ACTIVO/A
Na paróquia: na catequese, nas celebrações… nos encontros…
Na resposta aos convites a crescermos em Sabedoria e Graça como JESUS.




Vídeo - IV Semana da Quaresma



Também em PowerPoint



Continuação de Santa Quaresma!


Abraço Fraterno!


Arménio Rodrigues

sábado, março 06, 2010

III SEMANA DA QUARESMA


Estamos a meio da Quaresma, tempo forte de conversão e penitência. Envolvem-nos os constantes convites ao arrependimento, à mudança aos apelos do Senhor…

Como é bonito começar o dia, sair fora e respirar o ar puro!
Que bom iniciar a manhã com sentimentos positivos!
Sim já sabemos que abunda o ar contaminado e que os sentimentos que nos dominam nem sempre são puros, no entanto, é tão belo respirar o bem, colocar os olhos em Jesus, começar a manhã envolvidos nestes sentimentos!
Quando os problemas da cada dia nos desgastam os nervos e acabam com a paciência e a pouca esperança que nos fica, ponhamos os olhos em Deus, e digamos com Teresa de Jesus:
“Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa, só Deus não muda, a paciência tudo alcança, quem tem a Deus nada lhe falta. Só Deus basta”.

O Senhor disse:

«Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’ Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano. (Lc 13,1-9)


Como se sentiriam interiormente os ouvintes de Jesus ao escutar esta parábola? Igualmente eu me interrogo a mim mesmo. Neste imenso planeta de milhões e milhões de quilómetros quadrados, eu tenho também um espaço que chamo meu. Como o estou a ocupar? Inutilmente? Que frutos estou a dar? Que tipo de frutos Deus e os outros esperam de mim? Será que todos os que me procuram saem de junto de mim desiludidos e com fome? Fome de quê? De um Deus que eu devia testemunhar
Esta semana vou continuar a SUBIR…

…Ser mais ALEGRE!

Na partilha das coisas boas que a Vida nos oferece! No olhar de esperança perante o “humanamente impossível" Nos momentos em que só o humor é capaz de transformar a realidade! Nos acontecimentos em que não entendemos os caminhos de Deus!


Já custa amar os que nos amam. Mas Tu pedes-me mais. Queres que eu seja como Tu: capaz de amar como Tu, de forma livre, sem esperar nada em troca. É difícil. Mas contigo perto de mim, sei que conseguirei. Ilumina o meu coração. Inunda-me com a Tua bondade. E amarei como Tu!

VIDEO - III SEMANA DA QUARESMA




VIDEO - III SEMANA DA QUARESMA



Apresentação em powerpoint da III semana da Quaresma:

Continuação de SANTA QUARESMA!

UM ABRAÇO!

Arménio Rodrigues