Na véspera de morrer, Jesus, que tendo amado os seus, amou-os até ao fim, deixou à Sua Igreja dois sinais do Seu amor – O Seu testamento… Primeiro: Amai-vos como Eu vos amei… Com um amor tecido de humildade e de serviço (exemplificado nessa noite ao lavar os pés aos discípulos). Segundo: Fazei isto em memória de mim. Dando aos seus discípulos o pão como Seu Corpo e o vinho como Seu Sangue, quis perpetuar a sua presença e comunhão de modo sensível. Os dois testamentos são inseparáveis, estão indissoluvelmente unidos.
Na sua missão, Jesus entrou em choque com a atmosfera de egoísmo e opressão que dominava o povo. As autoridades não estavam dispostas a renunciar aos mecanismos que lhes asseguravam poder, influência, e privilégios; não estavam dispostas a desinstalar-se e a aceitar Jesus como o Filho de Deus (Mc 1,1; 15,39). Tantas vezes de costas voltadas, os príncipes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas estão, finalmente, de acordo: não querem perder a oportunidade para acabar com Jesus. Os inimigos juntam-se na mesma condenação. A partir daqui, Jesus torna-se um “objecto”, com as mãos atadas, mas que vai passando de mão em mão: os que O prenderam levam-n’O ao sinédrio, estes entregam Jesus a Pilatos, este aos soldados e, por fim, os soldados levam-n’O à cruz! O seu corpo, entregue por nós, passa de uns para outros, de maneira que todas as mãos dos pecadores recebam o dom. Preocupa-me, Senhor, que no nosso mundo não haja lugar para Ti, para o Teu projecto de amor, para os Teus gestos que provocam inveja, para as Tuas palavras que desinstalam e incomodam, porque são verdadeiras. Mas o que mais me preocupa é que tantas vezes, também no meu coração, não há lugar para Ti! Estás consciente das consequências e do sofrimento e da Tua entrega. O Teu caminho de cruz já começou. E esse caminho é comprido. O caminho é sempre interminável quando o sofrimento é muito. Mas nesta humilhação, nesta fraqueza, manifesta-se a fortaleza do Teu amor, sem limites, até às últimas consequências. Como é bom ter um Deus assim, capaz de se entregar por amor, mesmo sem eu merecer! Obrigado, Senhor!
Vídeo- Semana Santa
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Paixão do Senhor
Senhor Jesus Cristo, por nós aceitaste a sorte do grão de trigo que cai na terra e morre para produzir muito fruto. Convidas-nos a seguir-te neste caminho quando dizes: “Quem se ama a si mesmo perde-se; quem se despreza a si mesmo neste mundo, assegura para si a vida eterna”.
Nós porém, estamos agarrados à nossa vida. Não queremos abandoná-la, mas mantê-la toda para nós mesmos.
Mas tu vais à nossa frente e mostras-nos que só podemos salvar a nossa vida, se a dermos. Mediante o nosso gesto de te acompanharmos na Via-Sacra queres conduzir-nos pelo caminho da caridade, da entrega e do amor.
A cruz – a oferta de nós próprios – pesa-nos muito… mas no Teu caminho da cruz também levaste a minha cruz. Leva-la hoje, comigo e por mim.
Ajuda-me para que a minha cruz não seja apenas o sentimento devoto de um momento. Livra-nos do medo da cruz. Ajuda-nos a não nos apoderarmos da vida, mas a dá-la.
Ajuda-nos a encontrar na «perda da nossa vida» o caminho do amor, o caminho que verdadeiramente nos dá vida, vida em abundância.
Vídeo - Via-Sacra Do Senhor
Santa Semana Santa
Abraço fraterno.
Arménio Rodrigues
Um comentário:
Obrigado por estes trabalhos.
Postei no meu sítio o da Semana Santa...
abraço de Boa Páscoa
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