sexta-feira, janeiro 23, 2015

O Sentido da Vida


O CRISTÃO TEM EM JESUS CRISTO O SENTIDO DA VIDA

A questão do sentido une todos os homens. Ter uma vida com sentido é uma profunda inquietação que também hoje se sente. O problema agudiza-se ainda mais quando se torna evidente que nada do que se faz parece ter valor. Perante a morte e o problema do antes e do depois, não se pode deixar de colocar a questão do sentido. E quando a sede do sentido se agudiza, pode chegar-se ao desespero, ao sem sentido. A resposta à questão do sentido era, normalmente, herdada do ambiente familiar, social ou religioso. Houve, pois, uma infinidade de sentidos, desde os primórdios da humanidade até hoje. Exemplos disso são a história das religiões, da filosofia e da literatura. E mesmo da arte.

Sede de absoluto


Perante as diversas vagas de sentido, que chegam até a contradizer-se, surge a inevitável pergunta sa não haverá um verdadeiro sentido que acabe por valer de facto a pena viver? O cristão adulto vive a sede do absoluto, que não se realiza plenamente por esta vida, sem contudo negar a possibilidade de vir a realizar-se. Perante a morte, a radicalidade do problema humano faz emergir na consciência a aspiração que habita cada pessoa: realizar-se infinitamente. «Queria era sentir-me ligado a um destino extrabiológico, a uma vida que não acabasse com a última pancada do coração» (Miguel Torga). A partir da morte pode reconhecer~se, também, a importância do homem para construir sozinho a sua realização. «O homem é um animal compartilhante. Necessita de sentir as pancadas do coração sincronizadas com as doutros corações, mesmo que sejam corações oceânicos, insensíveis a mágoas de gente. Embora oco de sentido, o rufar dos tambores ajuda a caminhar. Era um parceiro de vida que eu precisava agora, oco tambor que fosse, com o qual acertasse o passo da inquietação» (Miguel Torga). O adulto na fé reconhece que a vida terrena - projecto e aspiração a ser mais - tem sentido e abre a possibilidade da esperança de um futuro transcendente. A descoberta do sentido para a vida, integrando o sentido da morte, revela a precariedade e a finitude de uma vida sobre a qual assente o desejo de absoluto que se espera. É a descoberta da liberdade ansiada, aquela que se tem devido a uma libertação trancendente. O desejo de liberdade infinita do homem dá lugar à descoberta da condição de possibilidade da liberdade humana: DEUS. A realização humana surge a partir do ser pessoa, da relação.

Cristo fonte de sentido

Mas o sentido é um dom, oferecido pelo mistério do verbo encarnado. «Na realidade, o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente. (...) Cristo, novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a vocação sublime» (Gs 22). O mistério do homem revela-se através do mistério de cristo, chamado a participar da sua filiação. Quando o homem descobre que é amado pelo Pai, em Cristo e através do Espírito, revela-se a si mesmo, descobre a grandeza de ser objeco da benignidade divina, receptor do amor do pai revelado em Cristo. O mistério trinitário é o único capaz de realizar o homem, é o «mistério iluminador» do sentido. A expressão desse mistério faz-se pela vivência da comunhão, onde o ser com os outros impele para a solidariedade e para o diálogo. Jesus Cristo, através da sua vida e pregação, é o mediador do sentido, o único intérprete dos problemas humanos. Em Cristo, os cristãos podem compreender-se, realizar-se e superar-se continuamente. Em Jesus Cristo, cada ser humano, realiza-se e plenifica-se. O ser insaciado sacia-se. Aquilo que o homem é e o que anseia por ser têm um espaço de convergência e realização: JESUS CRISTO.
Video: Caminho Verdade e Vida







Abraço fraterno!

domingo, janeiro 18, 2015

Primeira Evangelização: Como Fazer?




1 - Como cristão, testemunha credível do Evangelho, tenho de estar intimamente convencido de que o evangelho dá sentido a toda a minha vida. E tenho de me sentir como um enviado por Deus.

2 - Com liberdade. A primeira evangelização dirige-se a pessoas que nos escutam livremente. Tudo o que "cheire" a pressão ou manipulação leva ao afastamento. E atraiçoa o evangelho que é gratuidade e liberdade.

3 - Com relações cordiais e confiança entre as pessoas. Os pais transmitem a fé aos filhos vivendo uma vida familiar de qualidade e amor. Não tanto forçando a práticas ou convicções. Particularmente com adolescentes e jovens, a palavra e o testemunho de um adulto em que se confia podem ter um impacto profundo e orientar cristãmente as escolhas de vida.

4 - Com acolhimento autêntico. Não interessa tanto pegar no megafone e ir para os centros comerciais "vender" o evangelho. É muito mais importante estar disponível para tanta gente que procura um sentido, uma esperança, uma espiritualidade...

5 - Com métodos variados. A primeira evangelização tem de ser diferente de acordo com as pessoas que tem diante. Há diferenças de idade, de cultura, de experiência religiosa...que devem ser respeitadas. É que pedem respostas diferentes e modos de acção inovadores e criativos.


6 - Encontrando a pessoa concreta. As situações das pessoas que se interessam pela fé cristã variam muito de pessoa para pessoa. É bom que o anúncio seja feito em diálogo com a busca do sujeito concreto.

7 - No momento oportuno. Não tem muito sentido propor o evangelho a pessoas que dele não querem saber. A essas pessoas, nessa fase, é preferível lançar interrogações capazes de pôr em causa as suas certezas e as razões do seu paganismo.


Vídeo: ÁGUA VIVA





Arménio Rodrigues

sábado, janeiro 03, 2015

Epifania

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«Vimos a sua estrela no Oriente e viemos  adorá-l’O.»

Os Magos vieram de longe para adorar o Menino Deus. Neles, Deus Menino manifesta-se ao mundo. Torna-se universal. Entrega-se à contemplação de toda a humanidade. Os Magos trazem presentes e recebem o melhor: Deus que nos salva.

“Epifania”significa “manifestação”.  Deus manifesta-se aos pagãos e opera-se uma passagem de grande significado na história da salvação: das necessidades de um povo, que se reconhecia como o único herdeiro, ao horizonte universal de todas as nações. Jesus tinha sido acolhido por José, um judeu piedoso da Casa de David. O mesmo Jesus é procurado e encontrado pelos pagãos, simbolizados nestes personagens misteriosos, os Magos, vindos do Oriente.

Os Magos vêm a Jerusalém, a cidade santa dos Judeus. Eles não são da descendência de Abraão, não conhecem o Deus vivo e verdadeiro e não são iluminados pela Palavra de Deus na Lei e nos Profetas. Contudo, a sua procura de Deus, o seu pensar, a atitude de descobrir e indagar a natureza, abre-os a uma visão que os conduz a seguir os sinais interpretados na luz de uma estrela. Não sabem ainda que aquela estrela indica o Messias (cf. Nm 24,17), mas para eles é suficiente que ela trace um caminho a seguir, que abra um sentido nas suas vidas…
Os Magos são homens que possuem menos tradição e conhecimento que os Judeus e Herodes, porém mais fé. São tão sábios e tudo perguntam, chegam na mais humilde atitude e com presentes. Só a estrela os ilumina. Na nudez da fé, adoram. Esvaziam os seus cofres de presentes e enchem o seu coração de alegria. Quando descobriram Deus começaram  a viver outra vida.

Como cristãos fazemos a experiência do que é encontrarmo-nos com Deus, mas, nem por isso, deixamos de O procurar. Pelo contrário, a fé abrasa-nos o coração e impele-nos para novos passos e compromissos. Mantenho-me nesta atitude de procura e na alegria em expressar que O encontro na simplicidade da minha vida. Nem podia ser de outra forma, Ele é o Deus connosco, não fica de fora do meu dia-a-dia.
A narrativa dos Magos é um reflexo daquilo que costuma acontecer a todos os crentes no seu caminho de fé: viram a estrela; interpretaram o seu significado; puseram-se a caminho; perseveraram, apesar dos obstáculos; procuraram apaixonadamente o encontro com o Senhor; caindo de joelhos, adoraram-n’O e ofereceram-Lhe presentes; regressaram por outro caminho, iluminados por aquilo que tinham vivido.

 Se dermos o coração a Jesus, dar-Lhe-emos também as nossas dádivas. O nosso ouro e prata, os nossos bens mais preciosos, os nossos dons mais elevados ser-Lhe-ão inteiramente consagrados, a Ele que nos amou e Se entregou a Si mesmo por nós.

ORAÇÃO
Senhor a Tua Palavra diz-nos que os magos regressaram a casa por um caminho diferente, depois do encontro conTigo.
Também nós Senhor queremos seguir por um caminho novo, aquele que Tu nos queres ensinar quando nos encontramos verdadeiramente conTigo. Por isso Te pedimos que nos guies através da estrela da Fé que nos conduz a Ti, para Ti. Amén.

Vídeo - Epifania