sexta-feira, julho 24, 2009

Casamento


Depois de uma experiência de namoro, mais ou menos longa, quando a vida do outro/a se converte na própria vida e já não se imagina a própria vida sem a outra, surge naturalmente a questão do matrimónio. Nos dias que correm, a sociedade avança com propostas alternativas como as uniões de facto, os matrimónios a prazo, uniões homossexuais equiparadas às heterossexuais, o casamento civil e o divórcio, quando as coisas não funcionam.

Quando um homem e uma mulher se aproximam do Altar para unir-se em santo matrimónio, pedem a Deus que a sua vida seja como a da Trindade: una, isto é, unida numa só existência. Esta unidade que conforma o matrimónio não significa que os cônjuges deixam de existir individualmente e perdem a personalidade própria, anulando-se numa amálgama que lhes retira suas diferenças e os anula. Significa que se comprometem e aspiram a viver cada vez mais um para o outro e isso não diminui a pessoa mas potencia-a para uma verdadeira realização comum.

Em IgrejaO ministro (Sacerdote, diácono ou mesmo um leigo) da Igreja testemunha o consentimento dos noivos de receber-se mutuamente e a promessa de fidelidade, amor e respeito “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença todos os dias da nossa vida”. Estas palavras significam a grande promessa no matrimónio, isto é, o sacramento validamente celebrado é para sempre. É com as palavras de Jesus (MT 19,6) “não separe o homem o que Deus uniu” que o sacerdote recebe o consentimento e invoca a bênção de Deus para os noivos.

Porquê casar na Igreja?
Para os crentes católicos, o casamento não é uma simples formalidade civil. Pelo contrário, os noivos católicos crêem que o amor que os une é um "sinal" muito particular do próprio amor de Deus e sinal do amor com que Jesus Cristo ama a Igreja. "Sinal" é também um dos significados da palavra "Sacramento". Por este sacramento - o Matrimónio -, os noivos oferecem-se mutuamente diante de Deus e Deus consagra (torna sagrado) e abençoa esse amor. Por sua vez, a comunidade é testemunha, une-se à oração e alegria dos noivos.A opção pelo casamento religioso deve ter motivações predominantemente religiosas e não simplesmente por uma razão social, para agradar aos pais ou porque é mais solene. Dada a seriedade do Matrimónio, os noivos devem preparar convenientemente a celebração. Em muitos lugares, os párocos pedem aos noivos que façam um "Centro de Preparação para o Matrimónio" (CPM).

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Video com som - CASAMENTO


Arménio Rodrigues - menorodrigues@gmail.com

sábado, julho 18, 2009

Amigos para sempre!

A história de uma amizade

A oração não é outra coisa senão criar amizade, estando muitas vezes a sós com quem sabemos que nos ama. (Santa Teresa de Jesus)

Sim, não é outra coisa. Rezar é falar com Deus, com JESUS, mas Ele mesmo nos ensinou que não se trata de falar por falar. Isso seriam palavras que o vento leva. Trata-se de falar com JESUS para nos tornarmos seus amigos, amigos íntimos, amigos que se conhecem a fundo e se amam com loucura. Assim é a oração! A história duma amizade maravilhosa, porque JESUS é o grande amigo, o melhor amigo que poderíamos encontrar.


Há um presente para ti

Esta é a história de dois homens. Os dois tinham umas boas esposas a quem amavam muito. Os dois esforçavam-se por torná-las felizes e, sempre que podiam, davam-lhes presentes.
Apenas uma coisa diferenciava os dois homens. Um, quando prometia um bom presente à esposa, trabalhava o que fosse preciso para o conseguir, até poder dar-lhe esse magnífico presente. A esposa, agradecida, também lhe tinha preparado em segredo um presente.
O outro homem, pelo contrário, apesar das promessas, nunca consegua cumprir o prometido. Às vezes passavam por montras luxuosas e, como sempre, o marido dizia à mulher: “Brevemente to comprarei”. Mas nunca se decidia. Em certas ocasiões, oferecia-lhe mesmo um presente, mas era por pouco tempo. Acontecia que o tinha pedido emprestado e teria que devolvê-lo.
Os dois homens pareciam iguais, mas um era feliz e o outro não.
Alguém nos dá esta comparação para nos ensinar que, com Deus, também podemos ser como estes homens:
- O homem que dá a Deus o que promete, ainda que lhe custe:
* dá-Lhe cada dia um pouco de tempo
* dá-Lhe o seu trabalho
* dá.Lhe algum sacrifício
* dá-Lhe…
- O homem que anda sempre a prometer a Deus que amanhã Lhe dará algo e chega o amanhã e não Lhe dá nada…
Cuidado com as desculpas! Isso não vale. Se já disseste a JESUS que vais ser seu amigo, dá-Lhe já HOJE o que Lhe corresponde como amigo que é.

Vídeo - "Amigos para sempre."


Pedidos do vídeo para: menorodrigues@gmail.com


Arménio Rodrigues menorodrigues@gmail.com

domingo, julho 05, 2009

A Água Viva


A temática da água percorre a Bíblia como símbolo mais eloquente para significar a existência humana. A geografia física do território pode ser um bom ponto de partida para compreender que “água” se torne símbolo de vida, e sem ela, a aridez do deserto conduz ao ocaso de toda a vida. A água doce, por excelência, é a materialização do amor de Deus que cria o universo sobre as águas, como o espaço de vida, e a água é a sua possibilidade de manutenção e sobrevivência.
O relato da Criação de Gn 1,1-2,4 exprime esse modo de conceber a água como o cenário da vida do universo, comum aos povos da Mesoptâmia, em que a terra firme está situada entre as águas superiores e inferiores (Gn 1,6-10) e exprimindo poeticamente a permanente assistência divina ao espaço vital: “…e o espírito de Deus pairava sobre as águas.” (Gn 1,1). Se a influência do meio é decisiva neste relato, o que lhe sucede, pondo como quadro primordial um deserto, nem por isso relativiza a importância das águas como espaço e condição para a vida, fazendo irromper no deserto “um manancial que subia da terra e regava toda a superfície da terra” (Gn 2,6). A água se torna, por isso, a primeira das bênção atribuídas a Jacob (Gn 27,28) e promessa de vida e paz para todo o povo se se deixarem guiar segundo os estatutos e mandamentos de Jahvé (Lev 26,4). A ideia de que Deus exerce o seu domínio sobre o ciclo da água passa a ter consequências religiosas directas: a presença das águas é sinal da acção de Deus (Miq 5,6; Jb 38,22-28) que intervém sempre em favor da sobrevivência do seu povo (Is 30,23).
Poderá o homem dominar este ciclo da água de forma absoluta? A história de Ezequias, rei de Judá (aproximadamente 716-687) refere como seu maior empreendimento a construção “de um reservatório e aqueduto para levar água a cidade” (2Rs 20,20). Este testemunho refere-se provavelmente à necessidade de abastecer a cidade a partir da fonte de Gion, onde Salomão fora ungido como rei (1Rs 1,33). A expansão urbana de Jerusalém punha o problema do abastecimento até à piscina de Siloé, permitindo a sobrevivência sem necessidade de se aventurar para além dos limites da cidade, e garantindo a sua sobrevivência em caso de ser sitiada. Quais as motivações de Ezequias? O texto do historiador deuteronomista não nos revela as intenções de Ezequias, mas provavelmente esta obra faria parte do plano de libertar Judá do tributo pago à Assíria. Em Is 22,8-11, o profeta parece denunciar a estratégia subjacente a este apropriar-se das águas: “ Ficou exposta a cidade de Judá. Naquele dia, inspeccionastes o arsenal no palácio da floresta, examinastes as inúmeras brechas da muralha da cidade de David, recolhestes as águas na piscina inferior, contastes as casas de Jerusalém, demolistes algumas delas para reforçar a muralha. Fizestes um reservatório entre os dois muros para armazenar as águas da piscina velha. Contudo não olhastes para aquele que dispôs estas coisas, não reparastes naquele que as preparou de longe.” O oráculo termina com a condenação da arrogância de Jerusalém (vv.12-14). Seria a estratégia de Ezequias usar o bem livre da água para garantir o sucesso de uma acção miliatar? Tal parece ser a interpretação do Copeiro-Mor de Sena-querib que ironiza a grandiosidade da obra com a impossibilidade de oferecer resistência, convidando o povo a voltar a beber, “cada um da sua própria cisterna” (2Rs 18,31). Se a obra precedeu a invasão de Senaquerib, é licito supor que o rei tivesse manipulado a distribuição da água com fins políticos. E a frustação dos seus planos consiste em perceber que a salvação veio não da sua estratégia, mas da acção livre de Deus que afastou o inimigo. Não se trata de uma crítica à manipulação da água, mas a denúncia do que a arrogância na sua manipulação, sem o horizonte de fé e de comunhão pode representar nos destinos de um povo: “O meu povo cometeu dois crimes: eles abandonaram-me, a fonte das águas vivas, e cavaram para si cisternas, cisternas furadas, que não podem conter água” (Jer 2,13). O novo simbolismo da água parte da experiência humana da sobrevivência para exprimir a confiança filial a Deus. Nessa confiança, o homem saberá que Deus o protege sempre, mesmo nas condições mais adversas: “Jahvé será para sempre o teu guia e te assegurará a fartura, mesmo em terra árida; revigorará os teus ossos, e serás como um jardim bem irrigado, como uma fonte borbulhante, cujas águas não faltam” (Is 58,11), e a plenitude será anunciada como um manancial incalculável que brota do santuário divino como uma torrente (Ez 47,1-12).
Esta expansão do simbolismo das águas recebe uma significação ainda mais plena na pregação de Jesus que, com os seu ensinamento, é fonte de água viva para a Samaritana (Jo 4,10-14), contrapondo-se à Lei, assumida na memória simbólica do poço de Jacob. O texto mais importante, porém, deverá ser o de Jo 7,37-39: “37 No último dia, o mais solene da festa, Jesus, de pé, bradou: “Se alguém tem sede, venha a mim; e quem crê em mim que sacie a sua sede! 38Como diz a Escritura, hão-de correr do seu coração rios de água viva.” Ora Ele disse isto, referindo-se ao Espírito que iam receber os que nele acreditassem; com efeito, ainda não tinham o Espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado.” O rito da festa das tenda acaba exactamente no termo do canal de Ezequias, onde o povo celebrava a conclusão da festa das Tendas com a aspersão simbólica das águas de Siloé, recordando o milagre das águas no deserto (Ex 17,1-7) na expectativa da vinda do Messias, que haveria de libertar o seu povo (Zac 14,8; Ez 47,1-2). Todo o capítulo sétimo gira à volta da verdadeira identidade de Jesus, e de que só a fé o pode revelar como aquele que vem restaurar a vida do homem. A tradição mais antiga lê aqui Jesus como fonte (cf. Ap 7,17; 21,6), mas também o que crê em Jesus poderá ser associado a essa ideia de fonte viva. Ainda que o sentido simbólico da água assuma os contornos de imagem metafórica, a sua ligação à vida, e vida em plenitude, é sempre o termo correlato. Participante desta fonte de vida pelo Baptismo, a água se torna sacramento e sinal eficaz de uma vida nova (Rm 6,1-11). Se a água aparecia como bem primordial para a possibilidade da vida, agora são as águas a certeza de uma vida definitiva oferecida aos homens.
Não será por acaso que o último livro da Bíblia, o Apocalipse, põe como cenário da glória definitiva, a imagem de um rio de águas vivas como manifestação da glória que supera toda a maldição e drama do humano com uma visão triunfal, repleta de esperança na humanidade e em toda a criação:
“ Mostrou-me, depois, um rio de água viva, resplendente como cristal, que saía do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da praça da cidade e nas margens do rio está a árvore da Vida que produz doze colheitas de frutos; em cada mês o seu fruto, e as folhas da árvore servem de medicamento para as nações. E ali nunca mais haverá nada maldito. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade e os seus servos hão-de adorá-lo e vê-lo face a face, e hão-de trazer gravado nas suas frontes o nome do Cordeiro. Não mais haverá noite, nem terão necessidade da luz da lâmpada, nem da luz do Sol, porque o Senhor Deus irradiará sobre eles a sua luz e serão reis pelos séculos dos séculos.” (Ap 22,15)

Vídeo "Tu és a água Viva"

Pode também ver este video em www.youtube.com/menorodrigues

Arménio Rodrigues