Na história da Igreja mais recente conhecemos a vida e o
chamamento de muitos cristãos e a sua missão e serviço na comunidade cristã.
Como descobriram eles esse chamamento?
Quase sempre a partir de uma dupla experiência ou, talvez
melhor, através de uma experiência com dois sentidos, com duas faces:- o
encontro com Deus e o encontro com os mais pobres ou com as necessidades da
Igreja e dos homens. São cristãos que não passaram ao lado das angústias e
aflições dos outros, mas se tornaram "bons samaritanos", instrumentos
e sinais do Amor e da misericórdia de Deus. Hoje, como no tempo de Moisés, Deus
continua a escutar os gritos de aflição e sofrimento do Seu Povo, de todos os
homens; continua a chamar os cristãos, pessoalmente ou através de grupos,
associações, ordens religiosas; e continua a enviá-los. Poderia citar muitos
testemunhos: S. Vicente de Paulo e os pobres do seu tempo; S João de Deus e os
pobres e doentes; S. João Bosco e os jovens abandonados; Madre Teresa e os
moribundos de Calcutá; missionários e missionárias com a sua ânsia e inquietude
pelo anúncio da Boa Nova a tanta gente e tantos povos a quem ela ainda não
chegou; cristãos das nossas paróquias face às necessidades urgentes e gritantes
das pessoas, que levam ao empenhamento em gestos e acções de solidariedade,
procurando melhores condições de vida para todos. E poderia continuar a evocar
muitos outos testemunhos...
Mas... e nós, catequistas? Porque somos catequistas? Como
fomos chamados para esta missão? Como nos sentimos interpelados?
Fomos nós que nos julgámos os melhores catequistas do mundo?
Fomos nós que nos auto-propusemos? Foi por dinheiro, glória, honras ou
prestigio? Certamente que não! Soubemos pelo nosso Pároco ou por outra pessoa
da comunidade que faltavam pessoas para serem catequistas, que havia ainda
crianças que não tinham quem lhes anunciasse a Palavra de Deus. Ou fomos
chamados directamente pelo Pároco que veio ter connosco. Aí está: uma
necessidade da comunidade que nos sensibiliza e inquieta, que nos
"toca" e á qual não somos capazes de ficar indiferentes; por isso
respondemos positivamente. Uma necessidade que cria, que gera a vocação e o
CHAMAMENTO!
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