Depois da prisão de Jesus, do seu caminho para o calvário,
da sua morte na cruz, da sua sepultura… os discípulos ficaram desconcertados e
desorientados. Tudo parecia perdido, até o corpo de Jesus. Mas naquele primeiro
dia da semana, em que Maria Madalena foi ao sepulcro, deu-se início a um tempo
novo, de Jesus ressuscitado presente na vida dos seus. O sepulcro vazio, as
ligaduras e tantas incertezas. No entanto, onde todos encontram sinais de
morte, o discípulo que mais se sente amado acreditou. Ele não necessita de
provas, sabe que Jesus vive, porque continua a sentir-se amado com o mesmo
amor… Não necessita tocar, porque se sente continuamente tocado pelo amor de
Jesus. E então vive agradecido, vive provando o seu amor, vive transmitindo o
mesmo amor aos irmãos.
O Domingo da Ressurreição, primeiro dia da semana é o começo
de uma vida nova; uma nova criação; a libertação definitiva! Tempos novos!
Sentido novo! Homem novo! Maria Madalena, discípula do Senhor, não se aquieta à
sua ausência. Vai procurá-Lo, prestar-Lhe homenagem, movida pela força do amor!
Porque procurou, apesar da noite escura da ausência e da frieza do sepulcro,
constatou a novidade: o sepulcro aberto e vazio! Jesus não estava lá! Afinal, a
morte não é a última realidade!
Cada Páscoa, esta Páscoa, pode ser "um primeiro
dia" na nossa vida. O início de uma vida diferente, porque marcada pelo
sentido novo da Ressurreição. Apesar do escuro da nossa pouca fé, apesar do
escuro de uma cultura do evidente e palpável, somos convidados à experiência de
vislumbrar sinais de ressurreição anunciadores de uma vida nova! Com e como
Maria Madalena e todos os apaixonados pelo Senhor, deixemo-nos mover pela fé e
pela sede de Deus! Procuremos o Senhor vivo em nós, nos nossos ambientes, na
Igreja, no mundo! Ele está vivo entre nós!
É a Páscoa do Senhor! Ressuscitou! Vive! E porque vive,
enche de entusiasmo o nosso existir. Anima-nos à esperança. Anima-nos ao
testemunho. Anima-nos à fé. É a festa da vida. Do encontro. Da partilha. Em
Jesus ressuscitado somos convidados para o encontro com o Evangelho da verdade.
Somos comunidade. Somos de Cristo. De Cristo vivo.
A ressurreição ultrapassa todas as expectativas e
raciocínios. Os próprios discípulos, os que privaram com Ele, ainda não tinham
entendido a sua lógica, a sua palavra, e muito menos o acontecimento da sua
morte e a certeza da ressurreição. O acontecimento da ressurreição é a palavra
final que tudo muda. Após esta experiência os discípulos embarcam na lógica do
amor e do dom da vida. Compreendem os sinais da ressurreição, descobrem que
Jesus está vivo!
Também nós não entendemos a ressurreição do senhor.
Procuramos evidências, factos explicáveis, lógicas compreensíveis. Mas esta
ultrapassa-nos, porque só na fé podemos acolher plenamente a verdade da
ressurreição. Com ela aprendemos que a vida plena, a transfiguração total da
nossa realidade finita e das nossas capacidades limitadas para pelo amor que se
dá até à morte. A vida entregue gratuitamente não é um fracasso, mas um caminho
para a felicidade verdadeira e sem fim.
Será que conduzimos a nossa vida nesta
direcção?
Ou ainda não entendemos a lógica da ressurreição?
Oração
A minha alma tem sede
de Deus, do Deus vivo!
Enviai, Senhor, a vossa
luz e verdade;
sejam elas o meu guia e
me conduzam à vida plena, à alegria sem fim!
Aleluia! Este é o dia
que o Senhor fez, nele exultemos e nos alegremos!
Feliz Páscoa!
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