quarta-feira, março 06, 2019

Quarta-feira de Cinzas





A Quarta-feira de cinzas marca o primeiro dia da Quaresma. A imposição das Cinzas constitui também um costume praticado na Igreja desde as suas origens. Na tradição judia, o símbolo de rapar a cabeça e colocar as Cinzas manifestava o próprio arrependimento e a vontade de converter-se: as Cinzas são sinal da fragilidade do homem e da sua da vida. No início do cristianismo impunha-se as Cinzas especialmente aos pecadores públicos. A partir do século VIII impõe-se as Cinzas a todos os fiéis cristãos por ocasião da Quarta-feira de Cinzas.


Desde então as Cinzas obtêm-se ao queimar as palmas (em geral de oliveira) que foram abençoadas no último Domingo de Ramos. As Cinzas são impostas pelo Sacerdote ou ministro da comunhão na fronte do fiel, fazendo a sinal da cruz com elas, e pronunciando o ministro da comunhão ao mesmo tempo a frase do evangelho de S. Marcos:


“Arrependei-vos e acreditai no evangelho”.

Jesus de Nazaré ensina-nos a fazer o bem.
Jesus realçou o facto do Jejum, da Caridade e da Oração se deverem praticar em segredo, pois “DEUS PAI, que vê tudo, recompensar-te-á”. Jesus criticou o comportamento dos fariseus, a quem chamou hipócritas e sepulcros caiados, pois, embora por fora aparentem ser muito bons, por dentro são corruptos. Realçou também o facto de muitos dos membros desta seita se dedicarem ao Jejum e à Oração com grande empenho, mas unicamente com o objectivo de serem vistos e admirados pelas outras pessoas. Jesus faz criticas constantes à sua falta de humildade e às dificuldades que criam às pessoas mais simples para se poderem aproximar de Deus.




O Significado do número 40




Como outros números, o número 40 é um número simbólico. O número 40 indicava, entre outros significados, um período de preparação por causa de um grande acontecimento.




O dilúvio durou 40 dias e 40 noites.



                                         

40 anos foi o tempo que passou o povo de Israel no deserto.






Moisés e Jesus fizeram 40 dias e 40 noites de Jejum para prepararem a sua missão.




O JEJUM, A CARIDADE, E A ORAÇÃO

A QUARESMA SIGNIFICA UM PERÍODO DE RENOVAÇÃO DA PRÓPRIA VIDA.

As práticas a cumprir são três: O JEJUM, A CARIDADE, E A ORAÇÃO

 - O JEJUM: Para seguir Jesus, o cristão deve ter a força de se esquecer de si mesmo, de não pensar nos próprios interesses, mas só no bem do irmão. Assumir uma atitude constante, generosa e desinteressada não é fácil. É este o sentido do Jejum.

 - A CARIDADE: A partilha, a solidariedade, a justiça e o amor para com os mais necessitados, são gestos de caridade que Jesus aprecia com muita satisfação.

 - A ORAÇÃO: Rezar para pedir a Deus força para se converter e para crer no Evangelho. A oração dá-nos força suficiente para vencermos as tentações.


Começar a Quaresma de mãos abertas



Jesus convida-nos a sermos simples e humildes, a fazermos o bem sem publicidades.

- Nesta Quaresma, propomos-te fazer uma série de boas acções: observar o rosto de Jesus nos outros, confortar alguém que esteja a sofrer, rezar, não insultar os teus colegas, ajudar nas tarefas de casa.

- Jesus indica-nos de que forma fazer estas coisas boas: com descrição.

- Não te esqueças que tudo o que faças de bem durante a Quaresma não o deves publicitar para promover a tua imagem.


   
AS NOSSAS MÃOS

 Mãos que falam...
  
Unidas às palavras, e outras vezes sem elas, os gestos da mão podem exprimir uma ideia, um sentimento, uma intenção. As mãos estendem-se para pedir, estendem-se para receber...as mãos ameaçam, mas também oferecem um presente... estendem-se abertas ao amigo ou apertam, em silêncio, a mão da pessoa amada... saúdam e dizem adeus...
  

Mãos que rezam...

 Os braços e as mãos podem exprimir muito bem a nossa atitude interior e converter-se em símbolo da nossa oração. Os braços abertos levantados foram sempre gestos típicos do homem em oração: «com meus lábios te Louvarei e toda a minha vida te bendirei; a ti levantarei as mãos em oração», assim rezamos no Salmo 63. Uns braços levantados, umas mãos que se estendem para o alto são como um discurso, ainda que diga poucas palavras. Podem ser um grito de angústia ou de súplica, ou uma expressão de louvor e gratidão. A sintonia entre a atitude de espírito e os gestos das mãos pode exprimir, em plenitude, os sentimentos de um cristão em oração: «quero, pois, que os homens ao fazerem oração em qualquer lugar, o façam erguendo as mãos puras, sem ódio nem intrigas», escrevia S- Paulo, na sua primeira carta a Timóteo.


Mãos que recebem o Corpo de Jesus ...

Uma mão aberta que pede, que espera, que recebe. Enquanto o nosso olhar se fixa no Pão que o sacerdote oferece e os nossos lábios dizem: «Amén». Não é uma atitude expressiva para receber o Corpo de Jesus? Durante vários séculos a comunidade cristã manteve o costume de comungar na mão. Pouco a pouco, e por diversas razões, foi-se alterando este costume. Hoje parece voltar a preferir-se a comunhão na mão. E as nossas mãos estendidas têm uma grande força expressiva. Representam uma atitude de humildade, de espera, de pobreza, de disponibilidade, de acolhimento, de confiança. Diante de Deus, a nossa atitude é a de quem pede e recebe confiadamente. E a comunhão do Corpo de Cristo é o melhor Dom que recebemos através do serviço da Igreja. Essas mãos estendidas falam claramente da nossa fé e da nossa atitude interior de comunhão. As duas mãos abertas e activas: a esquerda, recebendo, e a direita apoiando primeiro a esquerda e depois tomando pessoalmente o Corpo de Jesus; duas mãos que podem ser sinal eloquente de um respeito, de um acolhimento, de um «altar pessoal» que formamos, agradecidos a Jesus que se nos oferece como o Pão de uma Vida em abundância.


 E que significam as nossas mãos... nesta Quaresma?

 A nossa Eucaristia também passa pelas mãos. Umas mãos que dão, que oferecem, que recebem, que mostram, que pedem, que se elevam até Deus, que se estendem para o irmão, que traçam o sinal da cruz... Esta Quaresma... as nossas mãos... duas mãos abertas: gesto de acolhimento do dom de Deus. Na Quarta.feira de Cinzas, as nossas mãos exprimiam um pedido: «Dai-nos, Senhor...». A partir desse momento tomamos consciência de tudo o que Deus nos dá e já não «pedimos», mas «acolhemos» o dom de Deus: «Vós dais-nos...». São mãos abertas que pedem, reconhecem a sua própria pobreza, que esperam, que mostram a sua receptividade diante do dom de Deus: «Vós dais-nos...».


Uma Santa Quaresma!

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