quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Bem-Aventurados


«Bem-aventurados os mansos porque eles possuirão a terra»

Força, poder e violência são a grande trindade do nosso século.
E Cristo atreve-se a chamar bem-aventurados precisamente aos mansos? Será esta bem-aventurança uma exaltação da debilidade, da covardia, da falta de virilidade?

Os mansos são, simplesmente, os que participam da “mansidão de Cristo” (2 Cor 10,1).
A mansidão, pois, mais que uma virtude, pode definir-se como “ um complexo de virtudes, uma forma especial da humildade e da caridade, que abrange a condescendência, a indulgência, a suavidade e a mesma misericórdia”.

Cristo era suave, mas não só isso. Era também forte. Quando alguém Lhe bate, não responde com outra bofetada, mas levanta a palavra para protestar contra a pancada injusta.
Manso é aquele que mostra com suavidade a sua fortaleza interior.
Aos mansos promete-se o mesmo que aos pobres: uns e outros terão como herança construir uma humanidade nova e entrar na vida eterna. Também se lhes dará “o resto por acréscimo”. Os mansos ir-se-ão impondo com a doce força dos seus espíritos. Serão mais fortes e eficazes que os violentos. Construirão, enquanto estes destroem. Mas esta sua vitória na terra dos homens será só o anúncio da sua grande vitória na terra das almas.

Jesus é compreensivo e mostra-se paciente para com todos. Tem em conta as capacidades de cada um e convida-o a avançar. Nunca esmaga o outro, nunca o trata de nulidade, de incapaz ou de idiota. Para Jesus felizes são os que não se irritam contra os outros; felizes são os que não procuram vingar-se dos seus inimigos; felizes são os que não procuram dominar os outros; felizes os que não julgam de maneira temerária, abusiva. Felizes são ainda os que não se apegam às suas próprias ideias, mas procuram simplesmente a verdade. Felizes são os que vêm em cada homem um irmão em Deus.






Abraço fraterno!
Arménio Rodrigues

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