«Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que
tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o
Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o
Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O.»
Eis que a estrela reaparece. Talvez já não fosse necessária,
já que os Magos sabiam dever dirigir-se a Belém. Com toda a probabilidade não
se trata de um fenómeno astronómico (a estrela cometa das representações do
Natal foi introduzida por Giotto, por volta do ano 1305!), mas de um sinal
divino, como o de um anjo. Mateus continua dizendo que “ao ver a estrela,
sentiram grande alegria”; parece que o evangelista já não sabe que expressão
usar descrever a extraordinária alegria dos Magos em rever a estrela. Eles
estavam prestes a alcançar a finalidade de seu árduo e longo caminho, estavam
quase a encontrar o Rei dos Judeus!
Esta narrativa evangélica está carregada de ensinamentos. Os
Magos são homens que possuem menos tradição e conhecimento que os Judeus e
Herodes, porém mais fé. São tão sábios e tudo perguntam, chegam na mais humilde
atitude e com presentes. Só a estrela os ilumina. Na nudez da fé, adoram.
Esvaziam os seus cofres de presentes e enchem o seu coração de alegria. Quando
descobriram Deus começaram a viver outra
vida.
Ao longo da vida, antes ou depois, sempre nos aparecerá
alguma estrela capaz de nos iluminar, se caminharmos com um coração simples.
Peçamos ao Senhor que nos torne sensíveis àquilo que é essencial, para reconhecermos
essa Estrela de Deus e segui-la com confiante esperança.
Como cristãos fazemos a experiência do que é encontrarmo-nos
com Deus, mas, nem por isso, deixamos de O procurar. Pelo contrário, a fé
abrasa-nos o coração e impele-nos para novos passos e compromissos. Mantenho-me
nesta atitude de procura e na alegria em expressar que O encontro na
simplicidade da minha vida. Nem podia ser de outra forma, Ele é o Deus
connosco, não fica de fora do meu dia-a-dia.
«Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes:
ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de
Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.»
Os Três Reis ofereceram presentes ao Deus-Homem: ouro, em
reconhecimento de que era Rei, o Reis dos Reis; incenso, com o qual o
reconheciam como Deus, e mirra, uma substância usada para ungir os mortos, que
simbolizava sua morte como Homem para nossa salvação, o seu sacrifício.
A narrativa dos Magos é um reflexo daquilo que costuma
acontecer a todos os crentes no seu caminho de fé: viram a estrela;
interpretaram o seu significado; puseram-se a caminho; perseveraram, apesar dos
obstáculos; procuraram apaixonadamente o encontro com o Senhor; caindo de joelhos,
adoraram-n’O e ofereceram-Lhe presentes; regressaram por outro caminho,
iluminados por aquilo que tinham vivido.
Senhor a Tua Palavra diz-nos que os magos regressaram a casa
por um caminho diferente, depois do encontro conTigo.
Também nós Senhor queremos seguir por um caminho novo,
aquele que Tu nos queres ensinar quando nos encontramos verdadeiramente
conTigo. Por isso Te pedimos que nos guies através da estrela da Fé que nos
conduz a Ti, para Ti. Amén.
Se dermos o coração a Jesus, dar-Lhe-emos também as nossas
dádivas. O nosso ouro e prata, os nossos bens mais preciosos, os nossos dons
mais elevados ser-Lhe-ão inteiramente consagrados, a Ele que nos amou e Se
entregou a Si mesmo por nós.
Video-Epifania
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