“Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros.
Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros.”
Como é evidente, Jesus dava as últimas recomendações,
conselhos e orientações aos seus discípulos. E sintetizou tudo num único
mandamento que Ele apelidou de “mandamento novo”: o mandamento do amor. Quem
ousaria pedir tal coisa se Ele não nos “tivesse amado apaixonadamente
primeiro”?
Sabemos que já no Antigo Testamento Deus educara os judeus
na linha do amor: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” e “o estrangeiro que
reside convosco…amá-lo-ás como a ti mesmo…” podemos ler no Lv 19, 18.34. Onde
está então a novidade do mandamento de Jesus? Precisamente no “amai-vos como Eu
vos amei”. Da pedagogia usada durante três anos contra o egoísmo e interesses
pessoais dos discípulos, passando pelo lava-pés até à crucifixão, tudo foi amor
na vida de Jesus. Se não o que é que faz um Deus pendurado numa cruz? Não é
essa cruz a amorosa e infinita gratuidade de um Deus? Dar a vida por outro. Sem
nada pedir. Por puro e gratuito amor. Pensando apenas na felicidade do outro. É
esse o Deus que nos pede que “nos amemos como Ele nos amou”. Será que no-lo
pode propor?
«Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos
amardes uns aos outros».
Jesus esclarece qual será a identidade dos seus seguidores:
serão conhecidos pelo amor mútuo! Sem fardas, sem emblemas, sem crachás, apenas
pela maneira de viver, de se comportar. As ideologias e os ritos tão próprios
do judaísmo e paganismo cediam o lugar a um tipo de vida em que o amor mútuo
fosse o fundamento de tudo e a identificação da pessoa.
A exigência de Jesus aos seus discípulos continua a ser-nos
proposta hoje a nós. Os cristãos somos homens como os outros, vivemos nos
mesmos locais, temos as mesmas profissões, os mesmos divertimentos. Cidadãos em
tudo iguais aos outros. Porém…possuímos uma “marca d’agua” especial que distingue
o nosso modo de viver: é amor! Não um amor light, deturpado, egoísta, mas um
amor que tem a sua fonte em Deus. Deus é amor e só pode amar. O distintivo dos
cristãos é esse amor que nasce de Deus, um amor mútuo, gratuito, onde mergulha
todo o nosso agir e viver, transformando-o também em amor. Um amor que se dá,
que se entrega, que consegue dar um sentido divino à nossa vida. Exageros?
Arroubos? Se é Jesus que no-lo diz, que no-lo manda, que nos deu por primeiro o
exemplo, como podemos ainda duvidar? Não será antes um tentar justificar a
nossa real falta de amor?
O amor é dado de mãos cheias para que cada um de nós
encontre em Jesus a plenitude da vida.
«O amor de Deus não conhece limites e confins de qualquer
espécie, mas supera o tempo e espaço. Ultrapassa qualquer barreira de raça, de
cultura, de nação e de fé. O agapé é eterna: tudo passa, mesmo a esperança e a
fé, mas o amor permanece sempre. Nem mesmo a morte o pode apagar, pois este é
mais forte que ela.»
O convite é sempre antigo e sempre novo: viver a partir do
Amor. A capacidade de olhar o outro/ o irmão nos olhos e dizer-lhe «Quero-te
bem» mesmo quando não estamos de acordo sobre pensamentos e modos de fazer, é
sinal de quanto nos sentimos amados.
Amar, é capacidade de sairmos dos nossos esquemas e dos
nossos pontos de vista… amar é procurar e desejar o bem do outro. É uma
experiência que nos leva a transformar os inimigos em amigos, a ser e a viver
em comunhão com toda a criatura. «Quem não ama permanece na morte» (1Jo 3, 14)
e não «na casa» que é Cristo. A nossa fé manifesta-se no amor por Deus e pelos
irmãos. Se o amor não gera alegria não vem de Deus, fecha-se em si mesmo e não
cria reciprocidade e fraternidade. Se como cristãos deixamos morrer o fogo do
amor que Deus acendeu em nossos corações, o mundo morrerá de frio! Então será
bom questionarmo-nos: O que entendi do mandamento do amor? Como o vivo? Já
descobri qual a minha missão na Igreja?
Vídeo - Mandamento Novo
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