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Deus é um amigo que estabelece com o povo um pacto de amizade, que o protege no caminho e que suscita uma resposta de confiança e cumprimento da Lei; é ainda um Deus que convoca o povo e o põe a peregrinar para o futuro, para a Promessa, para o reino da vida autêntica.
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No Antigo Testamento, Deus não é chamado e conhecido como «Pai». Mas é um Deus que cria, que liberta e oferece uma lei que dá e possibilita a VIDA.
Deus não é Pai porque gera de forma fisica, mas porque chamou os filhos de Israel para serem um povo de homens livres. É Pai porque ama e porque escolhe um povo e o guia segundo o caminho da Lei, conduzindo-o a uma terra de liberdade. Desta forma, quase sem usar a palavra "pai", os hebreus começaram a realizar a grande revolução religiosa do símbolo paterno.
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No Novo Testamento, principalmente nos Evangelhos, podemos descobrir os traços principais da paternidade de Deus, de um Deus que só se descobre à medida que se nasçe de novo, acolhendo o Reino de Deus entre nós.
Deus é Pai, dá a vida numa atitude de graça. Por isso, a descoberta da paternidade divina só é possivel de se descobrir à medida que se aceita nascer de novo, fazer a experiência de um novo nascimento, deixando-se amar por Deus em atitude de acolhimento gratuito. Por isso, Jesus definiu os crentes como "crianças" (Mc 9, 33-35).
Deus é Pai, perdoa os homens. Porque Deus ama de modo gratuito, permite o renascimento daqueles que já estavam mortos no mundo e para os donos do mundo: coxos, aleijados, cegos, pecadores, prostitutas... agora todos, não apenas alguns, são herdeiros da herança divina: serem filhos de Deus. Quando o pai recebe o filho mais novo, oferece-lhe um novo nascimento, o filho mais velho percebe que tem de mudar de vida e percebe que a "paternidade" não está no cumprimento cego da lei, mas sim no AMAR e deixar-se AMAR.
Deus é Pai, em diálogo constante com os homens. Deus está em profunda intimidade com os homens, numa intensa proximidade. Deus não está fora da humanidade, nem dentro dela, confundindo-se. Deus é companheiro de caminho que nos permite viver da vida divina, oferecendo-se em gestos de gratuidade e proximidade. O Mistério de Cristo, a possibilidade de participar nesse Mistério, permite compreender que o Filho permite-nos conhecer e venerar o Pai. Aqui chegamos ao centro do Mistério cristão: a experiência pascal. Deus revela-se plenamente como Pai ao ressuscitar da morte o Filho Jesus Cristo. Só assim O conhecemos na Sua totalidade. Deus é Pai como amor fundador e final, que ressuscitará a humanidade da morte, porque já ressuscitou o Seu Filho Jesus, primogénito de toda a humanidade.
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Abraço fraterno!
Arménio Rodrigues
Um comentário:
Deus é infinito, espírito perfeitíssimo, é amor, fonte de vida e santidade. Belíssimo texto. Meu fraternal abraço.
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