Ele disse-a a Pedro. Disse-a a tantos homens e mulheres ao longo dos séculos. Di-la hoje a ti... a mim! "Faz-te ao Largo. " Não temas. Vai mais longe e lança as redes. Ele conta contigo para anunciares a Sua Palavra às crianças, adolescentes, jovens e adultos que procuram ser felizes na fé. Ele confia em ti, no teu empenho, no teu esforço de formação.
Ele estará contigo, no barco, a remar, a puxar as redes, a acalmar a tempestade!
Eis-me aqui, para Te seguir!
Optar por seguir ou não o Senhor é uma opção que estrutura radicalmente a vida de cada pessoa e das comunidades, e que é posta à prova diariamente, nomeadamente quando há mudanças importantes na vida.
O seguimento de Deus tem o seu expoente máximo em Jesus Cristo - verdadeiro Deus e verdadeiro homem - o único que cumpriu a vontade do pai na totalidade. É Jesus Cristo - ontem, hoje e sempre - que intervém nas comunidades reunidas em Seu nome, nos crentes que se decidem a seguir o projecto de Deus. Ele mostra que essa acção é resposta à fidelidade de Deus e convite para prosseguir em comunhão de fé e de amor a vida inspirada pelo Espírito Santo e actualizada na Igreja, de geração em geração. A resposta a Deus não só gera um estilo de vida, como ela mesmo já é um estilo de vida fiel a Deus, diariamente assumida e discernida em comunhão com a comunidade dos crentes, num espírito de missão, em abertura ao futuro e comunhão com o Eterno.
Eis-me aqui para ser Igreja
Para seguir Deus e o Seu projecto é indispensável viver em comunhão e sintonia com a igreja. A inspiração que leva a uma tomada de posição, a orientar-se para Deus, a discernir no que se comprometer na construção do Reino, é uma inspiração que vai amadurecendo mediante um diálogo longo e profundo na fé, na escuta humilde a atenta da Palavra de Deus, celebrada na liturgia. Ser Igreja, seguir Jesus Cristo, responder ao apelo de Deus, dizendo: "Eis-me aqui!" é, sobretudo optar pela vida, pelo amor, crescer na fidelidade e comprometer-se no serviço ao Reino de Deus, solidarizando-se na justiça e na amizade.
Eis-me aqui, para ser com Cristo
.
Ao optar por ser discípulo de Cristo, mostrando a disponibilidade de O seguir, verifica-se que nesta aventura não há lugar para o anonimato e para a rotina. Deus chama cada pessoa pelo seu nome, e imprime-lhe uma dinâmica de vida que não se compadece com rotinas.
O ser discípulo de Cristo coloca cada crente sob a lei de Cristo, isto é, sobre a lei da cruz, que é a lei do amor. Jesus Cristo faz de cada discípulo uma pessoa de comunhão. Unido a Cristo, o crente explode em possibilidades de ser com o Cristo. Aquele que foi totalmente fiel ao Pai.
Aí a meta será dizer como São Paulo: "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim." (Gl 2, 20)
Sábado Santo. As igrejas estão vazias. Os altares
desnudados. Os tabernáculos abertos e vazios. As velas apagadas. O silêncio
pervade todos os ambientes. É uma experiência de recolhimento e atitude de
espera. Tudo para lembrar que Cristo desce à mansão dos mortos e assume o
destino e a limitação do ser humano. Ele é solidário até o fim e faz a descida
da morte, entra no seu mistério, para sair vitorioso e abrir para todos um
caminho de luz e esperança. Sábado Santo é dia de recolhimento, de encontro com
o Ressuscitado, na oração e na contemplação. É preparação para liturgia da
Vigília Pascal, a grande festa, a mãe de todas as vigílias e a fonte de todas
as liturgias.
A
liturgia do terceiro domingo do Advento é centrada no tema da alegria. De
facto, a Igreja tradicionalmente chama ao terceiro domingo do Advento, domingo
da alegria ou domingo Gaudete.
A
cor litúrgica sugerida para este dia diz também a sua peculiaridade no todo do
ano litúrgico. Neste sentido, toda liturgia ganha uma unidade: leituras,
evangelho, orações em redor desta atitude e bem-aventurança bíblica:
Alegrai-vos!
O
episódio evangélico de hoje, (na realidade este domingo poderemos ler dois
textos do evangelho) continua a orientar o nosso caminho em direcção ao Natal
que se faz sempre mais próximo.
O
evangelho deste domingo, do primeiro capítulo do evangelho de João,
ajudar-nos-á a descobrir quem é Jesus e o perfil e traços do Evangelizador.
Evangelho
segundo São João (1, 6-8.19-28)
Apareceu
um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar
testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a
luz, mas veio para dar testemunho da luz. Foi este o testemunho de João, quando
os judeus lhe enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas, para lhe
perguntarem: «Quem és tu?» Ele confessou a verdade e não negou; ele confessou:
«Eu não sou o Messias». Eles perguntaram-lhe: «Então, quem és tu? És Elias?»
«Não sou», respondeu ele. «És o Profeta?». Ele respondeu: «Não». Disseram-lhe
então: «Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram,
que dizes de ti mesmo?» Ele declarou: «Eu sou a voz do que clama no deserto:
‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías». Entre os
enviados havia fariseus que lhe perguntaram: «Então, porque baptizas, se não és
o Messias, nem Elias, nem o Profeta?» João respondeu-lhes: «Eu baptizo em água,
mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim,
a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias». Tudo isto se
passou em Betânia, além Jordão, onde João estava a baptizar.
Apareceu
um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar
testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a
luz, mas veio para dar testemunho da luz.
Estamos
a ler o início do Evangelho de São João, o famoso prólogo, que aparece neste
momento interrompido por estes dois versículos que nos falam de João Baptista.
Um texto onde cada palavra ganha um significado especial. “João”, isto é, “Deus
é amor misericordioso”. João o maior entre os filhos de mulher (Lc 7,28) é
apresentado como testemunha, prova evidente (em grego “martyrian”). Testemunha
da luz (em grego “fotos”: fogo, chama, luz espiritual).
O
testemunho de João é neste contexto muito sugestivo. Ele testemunha com a sua
vida, com todo o seu ser, a partir até do seu próprio nome que Deus é amor
misericordioso. Ele é uma testemunha, aquele que faz experiência na própria
pele, aquele que dá o devido protagonismo a quem o merece. Jesus é quem indica
a verdade, é quem ilumina o caminho no meio da escuridão. João neste contexto
interpela-nos a sermos testemunhas, aquelas testemunhas que ensinam com a vida,
com o exemplo, tal como Paulo VI pedia aos cristãos do mundo inteiro: "O
homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os
mestres” (EN 41).
Foi
este o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram, de Jerusalém,
sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: «Quem és tu?» Ele confessou a
verdade e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Messias».
«Quem
és tu?»: «Eu não sou o Messias». Eis a identidade de João: alguém que suscita
admiração, alguém que suscita interrogações… mas alguém sobretudo que indica a
verdadeira estrada, que indica a luz a seguir.
João
interroga a sociedade do seu tempo, suscita curiosidade, suscita inquietação. A
sua vida, o seu testemunho não deixa ninguém indiferente, ao ponto de lhe
perguntarem: «Quem és tu?». É uma pergunta dirigida também a cada um de nós.
Quem sou eu? Que a resposta de João Baptista: “Eu não sou o Messias”, o
enviado, o esperado, o Salvador, nos ajude também a descobrir a nossa
identidade, a redescobrir a nossa vocação, a pôr em marcha a missão que o
Senhor nos pede. Quem somos, para onde caminhamos, o que fazemos neste nosso
existir?
Eles
perguntaram-lhe: «Então, quem és tu? És Elias?» «Não sou», respondeu ele. «És o
Profeta?». Ele respondeu: «Não».
«És
Elias?», «És o profeta?». “Elias” e “o Profeta” representam personagens
ansiosamente esperadas pelo povo judeu, mas João não é nem um nem outro.
Revela-se alguém inesperado. O “não” de João clarifica a sua identidade. Ele
sabe bem quem é, qual a sua missão, mas é uma identidade que interpela com a
vida, com os gestos. Não fala dele próprio, de si mesmo. A vida é toda em
relação a ELE, isto confunde-os e ao mesmo tempo interroga-os.
Isto
também nos a dá a nós que pensar… João interpela com a vida, não é que esteja
preocupado por dizer quem seja, o que venha fazer, quem o enviou. Ele não quer
ser protagonista, ele apenas indica. Isto certamente interpela-nos,
interroga-nos sobre o verdadeiro lugar que ocupe Deus na nossa vida. Somos
interpelados por Deus? Deixamo-nos interpelar por Deus? Que significado tem o
amor de Deus nas nossas vidas?
Disseram-lhe
então: «Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram,
que dizes de ti mesmo?» Ele declarou: «Eu sou a voz do que clama no deserto:
‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías».
A
desorientação dos seus interlocutores é grande: tal como as pessoas que não têm
fé e ficam desconcertadas, confusas com o agir de João Baptista. Assim, o
percursor aos que procuram ainda saber quem seja apresenta-se com um texto de
Isaías: “Voz do que clama no deserto”. Ele não é a luz, mas só a lâmpada que
arde (Jo 5,35) que testemunha a verdadeira luz. Ele não é a Palavra encarnada,
mas só a voz que prepara o caminho da conversão.
Ser
instrumento, pôr-se à disposição, emprestar a sua vida como testemunho. “Eu sou
a voz”, voz que é passageira, a palavra ao contrário permanece. Maria foi
também esta voz que testemunhou com o seu sim a Palavra encarnada. E eu em que
lugar me coloco: sou luz ou lâmpada? Sou porta-voz de Deus ou palavra gasta?
João
é um incompreendido: não param de fazer-lhe perguntas. Denota por um lado que a
sua vida era realmente interpelante, estranha, esquisita, mas ao mesmo tempo
suscita um interesse especial que não deixa ninguém indiferente. Sacerdotes,
levitas, fariseus, todos acudiram a João para saber quem fosse.
O
testemunho de João é perseverante, é centrado em Jesus. Ainda que abundem
incompreensões, perseguições, João escolhe preparar o caminho do Senhor.
Preparar caminhos para que Ele passe, para que Ele chegue, para que Ele entre
na nossas vidas, nas nossas cidades, no nosso mundo. João não se sobrepôs, mas
fez-se instrumento. Eis mais um desafio à nossa vida, ao nosso caminho:
‘Endireitai o caminho do Senhor’
João
respondeu-lhes: «Eu baptizo em água, mas no meio de vós está Alguém que não
conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a
correia das sandálias». Tudo isto se passou em Betânia, além Jordão, onde João
estava a baptizar.
“Está
no meio de vós está Alguém que não conheceis” eis o grande anúncio de João, o
reino de Deus está aqui. “Betânia” ou “Betabara” significa casa da passagem ou
casa da preparação, transfigura este caminho. Ele foi chamado a preparar, a
anunciar.
João
prepara o caminho, anuncia, é o precursor, mas anuncia uma realidade que vive e
acredita. No meio de vós está alguém! Eis a grande certeza que não nos pode
deixar indiferentes, a grande notícia que muda as nossas vidas, o grande
anúncio que muda o rumo da história. João anuncia “alguém”, toca a cada um de
nós descobri-lo, encontrá-lo, acolhe-lo, este alguém conta com o nosso sim, a
nossa vida, conta connosco. No Natal que agora se aproxima Jesus far-se-á
novamente presente no meio de nós. A sua Palavra por isso nos interpela
novamente. Alegrai-vos!
Oração
Obrigado
Senhor pela tua presença no meio de nós!
Eis
o motivo da nossa alegria, da nossa esperança.
Obrigado
por tudo,
Pelas
luzes, pelas sombras,
Pelo
amor e as traições
Pela
vida, pela dor
Que
em ti nos ajudam a descobrir sempre melhor o teu Amor.
Acção
Como
posso preparar este encontro assim tão especial? Talvez seja de novo uma boa
ocasião para encontrar-me com o Senhor no sacramento da reconciliação.