O Evangelho que a Igreja nos propõe
para este Domingo descreve um dos traços mais característicos da pessoa
de Jesus: a misericórdia. Enquanto os escribas e fariseus lhe armam uma
cilada, Ele pensa somente em salvar, em perdoar, recuperar o que estava
perdido. Chamam-n’O para que possa dar a Sua opinião numa clássica
controvérsia resultado da aplicação da Lei de Moisés. Jesus não
desbobina um código, mas apela à consciência de cada um, interpela e
provoca. Ele que poderia julgar a realidade, ao contrário, reabilita-a,
mostrando a mãos largas como é grande o Seu coração.
O texto mostra a predilecção de Jesus
pelos pecadores: esses são os seus predilectos, os seus amigos. Para
Jesus, o pecado é janela que escancara a porta do coração do homem.
Salvo pela força do Seu amor, o coração humano, por sua vez, é capaz de
amar de verdade.
A cena evangélica, no seu desenrolar,
leva-nos a um lugar de oração solitária, ao centro do Templo de
Jerusalém, da violência dos factos humanos, da delicadeza dos gestos de
Jesus, num cenário super lotado, sufocante pelos tons e modos das
autoridades, a um final em que a pessoa sozinha, permanece tu a tu com o
Salvador, saboreando a docilidade e o perdão.
É neste lugar e dentro desta relação que podemos viver todo o caminho da Quaresma.
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